Dor localizada, de início abrupto, com piora progressiva ?
Dor ao final do treino que piora ao longo das semanas ?
Cuidado! Pode ser fratura de stress!
A fratura de stress é uma fissura no osso decorrente de cargas ou impactos repetidos.

Quando este processo ocorre a resistência elástica do próprio osso não funciona.
Durante as corridas, os ossos com maior incidência deste tipo de lesão estão localizados nos membros inferiores.
São eles: tíbia, metatarsos, fíbula e fêmur.
A fratura de stress é desencadeada por uma soma de fatores.
O tipo de terreno e de calçado que o atleta usa, sendo que os mais duros e mais rígidos aumentam as chances de fratura, tem papel considerável neste processo.
O nível de condicionamento físico do atleta também é determinante: quanto pior o condicionamento, menor impacto é absorvido pelos músculos (que estão normalmente enfraquecidos ou em desequilíbrio) e há, portanto, o aumento da transmissão do impacto para os ossos.
Outros fatores de risco que podem ser destacados são disfunções hormonais (amenorréia nas mulheres) e nutricionais (irregularidades na dieta e anorexia).
Porém, o fator crucial nestes casos é o nível de exigência de treinamento ao qual o atleta está sendo submetido.
O aumento abrupto de carga e volume tem direta relação com a alta incidência das fraturas de stress.
A instalação deste quadro se dá geralmente entre duas e cinco semanas e a principal queixa é a dor bem localizada no local da fratura, de início insidioso, com piora progressiva, diferente da canelite, que pode apresentar irradiação de sintomas.
O diagnóstico da fratura de stress é feito principalmente por exames de imagem como ressonância magnética e cintilografia, já que o exame de Raio X não é eficiente para detectar esta lesão em seus estágios iniciais.
Como tratar ?
A reabilitação recomendada consiste principalmente no repouso do membro afetado, processo este que pode durar em torno de seis semanas !
O atleta também deve fazer a manutenção de seu condicionamento físico, com exercícios na água, por exemplo.
O emprego de fisioterapia convencional como ferramenta de diminuição da dor local também é indicado.
Após este período, o retorno à corrida deve ser gradual e as falhas de treinamento corrigidas ou adaptadas.
O fortalecimento e/ou reequilíbrio da musculatura é recomendável, assim como um trabalho proprioceptivo, a fim de evitar lesões recorrentes.
Importante também avaliar o estado nutricional do atleta.
Prevenção
* Faça aquecimento e resfriamento nos treinos. Não pule estas fases. Elas são importantes!
* Alongue e fortaleça seus músculos! O alongamento e o fortalecimento mantém a elasticidade e a resistência muscular necessárias à absorção dos choques e impactos.
* Não exagere nos treinos. Nunca aumente drasticamente volume e/ou intensidade. Treine no seu limite e siga sempre sua planilha !
* Intercale seus treinos no asfalto com treinos na grama.
* Avalie seu tênis de corrida.
* Avalie seu estado nutricional.
* Descanse !
Fonte : texto escrito pela fisioterapeuta Tatiana Abreu